Papa exorta bispos italianos a testemunhar Jesus e caminhar com todos
- 20/11/2025
Leão XIV participou da conclusão da 81ª Assembleia Geral da CEI e destacou caminho de sinodalidade aos bispos italianos, impulsionados pelo amor de Deus
Da Redação, com Boletim da Santa Sé

Papa Leão XIV discursa aos bispos italianos durante a 81ª Assembleia Geral da CEI / Foto: Vatican Media/IPA/Sipa USA via Reuters Connect
Nesta quinta-feira, 20, o Papa Leão XIV participou do encerramento da 81ª Assembleia Geral da Conferência Episcopal Italiana (CEI). Ele se encontrou com os bispos italianos na Basílica de Santa Maria dos Anjos em Assis.
Em seu discurso, o Pontífice agradeceu pelo convite e expressou sua alegria em poder visitar, pela primeira vez, ainda que brevemente, a cidade de Assis. Ele destacou que foi nessa região que São Francisco de Assis foi chamado por Deus e indicou que olhar para Jesus é a primeira coisa que cada um também é convidado a fazer.
Recordando sua audiência com a CEI em junho, o Santo Padre reiterou a missão da Igreja de ajudar as pessoas a viver uma relação pessoal com Cristo e descobrir a alegria do Evangelho. Contudo, pontuou que isso vale, antes de tudo, para cada um dos presentes, a começar pela fé em Jesus como Salvador e que se expressa na vida cotidiana.
“Manter o olhar fixo na face de Jesus nos permite contemplar a face de nossos irmãos”, salientou Leão XIV. “É o Seu amor que nos impulsiona em direção a eles. E a fé n’Ele, nossa paz, nos pede que ofereçamos a todos o dom da sua paz”, acrescentou.
Artesãos da amizade e fraternidade
O Papa sinalizou que a humanidade vive um período marcado por rupturas, no qual mensagens marcadas por hostilidade e violência se espalham cada vez mais, os mais vulneráveis são deixados para trás, a liberdade é ameaçada pela onipotência tecnológica e a solidão consome a esperança enquanto inúmeras incertezas pesam como incógnitas sobre o futuro.
“No entanto, a Palavra e o Espírito ainda nos impelem a sermos artesãos da amizade, da fraternidade e de relações autênticas em nossas comunidades, onde, sem hesitação ou medo, devemos escutar e harmonizar as tensões, desenvolvendo uma cultura de encontro e, assim, nos tornando uma profecia de paz para o mundo”, exortou o Pontífice.
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Ele recordou as diretrizes sugeridas na audiência de junho, com particular ênfase no anúncio, na paz, na promoção da dignidade humana, na cultura do diálogo e na visão antropológica cristã. Agora, é necessário que os bispos tracem diretrizes pastorais “em um espírito verdadeiramente sinodal, dentro e entre as Igrejas do nosso país”.
Isso exige dar cada vez mais forma a uma “Igreja colegial” e, portanto, não recuar na questão das fusões diocesanas, unindo esforços e tornando as identidades religiosas e eclesiais mais abertas.
Sinodalidade, escuta atenta do povo
O desejo do Santo Padre é que os bispos apresentem propostas para o futuro das pequenas dioceses com recursos humanos limitados, a fim de avaliar como avançar e construir comunidades cristãs abertas, hospitaleiras e acolhedoras, em que as relações se traduzam em uma corresponsabilidade mútua a favor do anúncio do Evangelho.
“A sinodalidade, que implica um exercício efetivo de colegialidade, requer não apenas comunhão entre vós e eu, mas também escuta atenta e discernimento sério das solicitações que vêm do povo de Deus”, frisou Leão XIV.
Diante deste estilo sinodal, convidou a reforçar a coordenação entre o Dicastério para os Bispos e a Nunciatura Apostólica para promover maior participação de pessoas na consulta para a nomeação de novos bispos, além de ouvir os ordinários em exercício nas Igrejas locais e aqueles que se preparam para concluir seu serviço.
Caminhar com todos
Em seguida, o Papa apontou que a Igreja na Itália pode e deve continuar a promover um humanismo integral, auxiliando e apoiando as trajetórias existenciais dos indivíduos e da sociedade. “Um senso de humanidade que exalta o valor da vida e o cuidado com cada criatura, que intervém profeticamente no debate público para difundir uma cultura de legalidade e solidariedade”, acrescentou.
O Pontífice chamou a atenção para o desafio apresentado pelo universo digital. “O cuidado pastoral não pode se limitar a usar os meios de comunicação, mas deve ensinar as pessoas a viver a vida digital de forma humana, sem que a verdade se perca na multiplicação das conexões, para que a internet possa verdadeiramente ser um espaço de liberdade, responsabilidade e fraternidade”, apontou.
“Caminhar juntos, caminhar com todos, significa também ser uma Igreja que vive entre as pessoas, acolhe as suas perguntas, consola o seu sofrimento e partilha as suas esperanças”, prosseguiu o Santo Padre. Neste contexto, exortou à proximidade com as famílias, os jovens, os anciãos, aqueles que vivem sozinhos e os pobres.
“Acolher e ouvir as vítimas são características autênticas de uma Igreja que, na conversão da comunidade, sabe reconhecer as feridas e está comprometida em curá-las”, salientou Leão XIV. “Que o exemplo de São Francisco nos dê também a força para fazermos escolhas inspiradas por uma fé autêntica e para sermos, como Igreja, sinal e testemunho do Reino de Deus no mundo”, concluiu.
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