Método Wolbachia é utilizado em algumas cidades no combate a dengue
- 17/09/2025
O Ministério da Saúde começou a implementar o método Wolbachia para combater dengue, Zika e Chikungunya. A técnica baseada no contato de mosquitos Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia, deve reduzir a transmissão do vírus.
Reportagem de Aline Campelo e Ersomar Ribeiro
O ambiente neste laboratório em Brasília é quente, fechado e cuidadosamente controlado para o desenvolvimento de milhares de mosquitos que já carregam a bactéria wolbachia.
“Neste método, ele não faz mal nem para as pessoas, nem para os animais, muito menos para o meio ambiente, até porque a bactéria presente no mosquito é uma bactéria que está presente em pelo menos 60% dos insetos em todo o mundo”, destacou o subsecretário de Vigilância em Saúde, SES (DF), Fabiano dos Anjos.
Segundo este sanitarista da Fiocruz, o método deve sobrepor novas gerações de mosquitos que a partir do cruzamento com Aedes aegypti, que tem a bactéria wolbachia, não representarão mais ameaças de contaminação. “Vem se mostrando bastante efetiva onde ela foi implantada. Por enquanto, no Brasil foram poucas cidades em que houve a implantação, mas existe experiência na Oceania”, ressaltou o coordenador do NEVS, e da Fiocruz Brasília, Claudio Maierovitch.
6 milhões de mosquitos com a bactéria wolbachia devem ser soltos na região até o final do ano. Com essa modificação, os insetos deixam de transmitir doenças, já que o vírus não consegue se desenvolver em seu organismo. Assim cai o risco de dengue, zika e chikungunya.
No país, municípios prioritários para receber a tecnologia wolbachia serão mapeados pelo Ministério da Saúde com base em indicadores epidemiológicos. “2024 foi um ano que marcou o Distrito Federal como uma epidemia histórica. Nunca antes havia se visto no Distrito Federal um número tão grande de casos e também de óbitos”, retomou Fabiano.
A dengue provocou a morte de mais de 6.000 pessoas nos últimos 2 anos. Por isso, ações de vigilância, prevenção e resposta rápida contra as arboviroses, que são as doenças transmitidas pelo Aedes aegypt, continuam sendo prioridades. “Na medida em que as cidades crescem, invadem regiões ao redor que eram florestas anteriormente, nós temos uma presença maior desses mosquitos em contato com a população”, concluiu Claudio.
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